Alguém postou a seguinte pergunta no Yahoo! Respostas:
"Assim como uma ferrari custa mais q um fusca, eu custo mais q vc.?"
Claro que os puritanos de plantão logo diriam que essa pergunta não tem cabimento uma vez que todos somos igualmente importantes enquanto seres humanos. Até aí eu não discuto. Mas, talvez o autor da pergunta não tenha se expressado como realmente gostaria. Siga-me de perto...
Digamos que, por exemplo, a pergunta fosse:
"Uma pessoa pode custar mais do que outra?"
Acho que, feita dessa forma, todos concordam que sim. É só comparar, por exemplo, um criminoso preso com uma criança escolar. De acordo com uma estatística, um criminoso preso custava 4 vezes mais do que uma criança escolar ao Estado.
Mas pode ser que o autor quisesse perguntar outra coisa:
"Uma pessoa pode valer mais do que outra?"
Nosso senso de fraternidade nos diz que não, que todos teem o mesmo valor. Mas, se assim o é, como se explica que a sociedade trate as pessoas de formas tão diferentes, dando mais atenção a algumas do que outras? Alguns podem dizer que isso é uma atitude das pessoas menos idealistas. Mas, todos nós agimos assim, às vezes inconscientemente. Na semana passada foi reprisado o filme Impacto Profundo, no qual, (spoiler) às vésperas de uma catástrofe mundial, os órgãos oficiais dos USA decidem proteger uma parte da população, pois não seria possível proteger a todos. De antemão são selecionadas 200 mil pessoas com habilidades reconhecidas em áreas profissionais, do conhecimento e sociais, que se juntarão a 800 mil pessoas sorteadas da sociedade estadosunidense. O que pensar dessa seleção? Certamente foi uma discriminação. Mas foi justa ou injusta? Se foi justa, então não se pode negar que algumas pessoas valem mais do que outras. Se foi injusta, então o ideal seria deixar a humanidade à mercê da sorte para continuar a sua sobrevivência, além de desmerecer grandes contribuições que algumas pessoas tenham dado a sociedade.
Há também a questão pessoal. Imagine duas pessoas que precisam iminentemente da sua ajuda, sendo uma desconhecida e a outra amiga sua, e você só pode ajudar a uma delas. Claro que, sem hesitar, você vai ajudar a pessoa que é amiga sua, pois, para você, ela tem mais valor. Não adianta negar. É exatamente por este motivo.
Aonde eu quero chegar? Sei lá. Só achei essas questões interessantes do ponto de vista filosófico, observando como o ser humano acredita em alguma coisa mas não age de acordo com sua crença. Acreditamos que todos teem o mesmo valor, mas não damos o mesmo valor para todos. Onde está o erro? Em acreditar que todos teem o mesmo valor ou em não dar o mesmo valor para todos? Quando eu chegar a alguma conclusão, volto a postar.
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